“Bairro limpo é aquele que menos se suja e não aquele que mais se varre”. Certamente você já ouviu esta frase em diversas oportunidades. É uma expressão verdadeira, embora nós, como sociedade, não consigamos, ainda, chamar para nós a responsabilidade de se fazer verdadeira.
Aqueles que transitam pelo bairro Buritis a pé, podem observar muita sujeira, poluição visual, com faixas, estandartes, fios de telecomunicação arrebentados, sem “responsáveis”, colocando em risco a integridade e a segurança das pessoas.
O bairro Buritis, por meio da Associação do Bairro Buritis (ABB), conjuntamente com a COOPEMAR, foi pioneiro, em Belo Horizonte, na implantação de coleta 
seletiva, porta a porta, de forma autônoma e sem participação do poder público, em 2004, com o Projeto “Recicla Buritis”. Atualmente, a coleta acontece todas às segundas-feiras, com apoio logístico da PBH e a mão de obra das cooperativas de “catadores”.
O projeto foi bastante exitoso e merecedor de diversos prêmios de reconhecimento, o que tornou o nosso bairro uma referência para os demais.
Hoje, deparamos com uma situação bastante complexa com a questão da gestão de resíduos que produzimos. Disposição do lixo fora dos dias de coleta nas ruas é a mais grave ocorrência que observamos por todo bairro, porém, não é a única causa de toda sujeira.
Móveis, colchões velhos, garrafas de todos os tipos, embalagens de fast food e plásticos são vistos em todos os lados, seja nas “bocas de lobo”, nas beiras e dentro dos nossos cursos d’água e por boa extensão da Av. Professor Mário Werneck. Mas, por que isto acontece?
Para muitos, o problema é que não há lixeiras em qualidade e quantidade suficientes. Outros afirmam que é questão da falta de conscientização dos perigos, danos e dos custos de se agir assim. Há quem diga que a coleta é insuficiente, bem como a varrição.
O lixo produz muitos riscos à saúde e à segurança das pessoas. Ratos, baratas e outros vetores de doenças proliferam. Galerias repletas de lixo dificultam o escoamento das águas das chuvas, impactando o já deficitário sistema de drenagem do nosso bairro, tão impermeabilizado.
A conscientização da necessidade de um descarte adequado é urgente. O manejo correto promove qualidade ambiental, reduz custos com a limpeza urbana e riscos desnecessários.
Ações simples, como separar o material reciclável e dispensá-lo às segundas-feiras; e colocar o lixo comum, para coleta, todas às terças, quintas e sábados, já fariam uma enorme diferença. Se colocados em contêineres, melhor ainda, pois evitam que o chorume escorra pelas calçadas. É um investimento de baixo custo e de alto resultado.
Para resíduos dispersos pelas vias, empresas geradoras de resíduos em nosso bairro poderiam ser patrocinadoras de campanhas educativas, bem como financiadoras de implantação de novos coletores nas áreas mais impactadas.
O poder público não tem como, sozinho, entregar tudo o que queremos, sem que participemos efetivamente.
